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Palavra do Padre
LUIZ DA PAIXÃO

MÊS DE outubro de 2021
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Mês Missionário

“Não podemos deixar de anunciar o que vimos e ouvimos”

Vivendo o Mês Missionário em toda a Igreja do Brasil acolhemos a sugestão do Papa Francisco que apresentou como tema motivador para o Dia Mundial das Missões esta frase do Livro dos Atos dos Apóstolos: “Não podemos deixar de anunciar o que vimos e ouvimos” (At 4, 20).

O Papa Francisco enviou uma bela mensagem para o Dia Mundial das Missões da qual partilho algumas reflexões:

Quando experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos a sua presença de Pai na nossa vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e partilhar o que vimos e ouvimos.

A relação de Jesus com os seus discípulos, a sua humanidade que nos é revelada no mistério da Encarnação, no seu Evangelho e na sua Páscoa mostram-nos até que ponto Deus ama a nossa humanidade e assume as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos anseios e angústias (cf Gaudium et Spes 22).

Tudo, em Cristo, nos lembra que o mundo em que vivemos e a sua necessidade de redenção não Lhe são estranhos e também nos chama a sentirmo-nos parte ativa desta missão: ‘Ide às saídas dos caminhos e convidai todos quantos encontrardes’ (Mt 22,9). Ninguém é estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado deste amor de compaixão. A história da evangelização tem início com uma busca apaixonada do Senhor, que chama e quer estabelecer com cada pessoa, onde quer que esteja, um diálogo de amizade. Os Apóstolos são os primeiros que nos referem isso lembrando inclusive a hora do dia em que O encontraram: ‘Eram as quatro da tarde’ (Jo 1,39).

Os primeiros discípulos experimentaram a marginalização, prisão, resistências internas e externas. Isto, porém, em vez de se tornar obstáculo, impeliu-os a transformar cada incômodo, contrariedade e dificuldade em oportunidade para a missão. Os próprios limites e impedimentos tornaram-se um lugar privilegiado para ungir, tudo e todos, com o Espírito Santo. Nada e ninguém podia permanecer alheio ao anúncio libertador. O livro dos Atos dos Apóstolos mostra como o perfume do Evangelho se difundiu à passagem deles, suscitando aquela alegria que só o Espírito nos pode dar. O mesmo se passa conosco: o momento histórico atual também não é fácil. A situação da pandemia evidenciou e aumentou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que já tantos padeciam, e desmascarou as nossas falsas seguranças e as fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente. Os mais frágeis e vulneráveis sentiram ainda mais a sua vulnerabilidade e fragilidade.

Como os apóstolos e os primeiros cristãos, também nós hoje podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na história de tantos irmãos. Cada pessoa é convidada a oferecer o que tem no coração. No isolamento pessoal ou fechando-se em pequenos grupos, a nossa vida esmorece, perde profecia e capacidade de encanto e gratidão. A fé exige uma abertura capaz de alcançar e abraçar a todos. Os primeiros cristãos, mesmo com toda perseguição, não cederam à tentação de se fechar e esconder, mas foram ao encontro dos povos para testemunhar o que viram e ouviram. E fizeram isto com generosidade, gratidão e nobreza próprias das pessoas que semeiam, sabendo que outros comerão o fruto da sua dedicação e sacrifício.

Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o seu amor de compaixão desperte também o nosso e, a todos, nos torne discípulos missionários.”

Pe Luiz da Paixão Rodrigues
Pároco