O guardião das portas do céu é também considerado o protetor das viúvas e dos agricultores. Confira estas e outras curiosidades do padroeiro dos papas e pescadores.
A tradição popular associa a imagem de São Pedro ao grande guardião do Reino dos Céus. A origem deste entendimento pode ser encontrada na Bíblia no Evangelho de Mateus quando Jesus Cristo diz: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligardes na terra, será desligado nos céus”, (Mateus 16,19). Para historiadores, quando Jesus diz “as chaves do Reino dos céus” ao apóstolo Pedro, estaria lhe dando autoridade para revelar informações sobre como pessoas fiéis poderiam receber o Espírito Santo e entrar no Reino dos Céus.
Por possuir a grande chave do Reino dos Céus se passou então a associar que São Pedro também tem o controle das chuvas. A celebração do dia do santo é realizada na primeira semana do inverno, período em que muitos agricultores estão arando a terra ou plantando. É comum que evoquem a São Pedro para pedir chuva e uma boa safra. Por outro lado, se a lavoura estiver em fase de colheita, São Pedro é invocado para conseguir exatamente o inverso, fechar as portas do céu e impedir chuvas prolongadas.
Muitos ainda brincam dizendo que quando chove muito é porque São Pedro decidiu arrumar o céu e, por isso, está lavando o chão. Em relação ao barulho dos trovões, alguns costumam dizer que é porque o santo está ‘arrastando os móveis’.
O primeiro papa da Igreja Católica é também protetor dos pescadores, já que essa era a sua profissão. Por isso, em seu dia, procissões marítimas ocorrem em diversas cidades litorâneas. A vocação de Pedro acontece às margens do Lago de Genesaré, quando Jesus – depois de uma noite infrutífera, – lhes encheu os barcos de peixes e diz a Pedro: “Não tenhas medo: de agora em diante, serás pescador de homens” (Lc 5,10).
Pedro também é conhecido como o santo das viúvas e viúvos. Os evangelhos falam até na sua sogra, mas não sobre sua esposa e acredita-se que ele era viúvo. Em uma passagem bíblica conta que Jesus curou a sogra de Pedro. “Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada com febre. Tomou-a pela mão, e a febre passou; ela se levantou e se pôs a servi-los” (Mt. 8,14-15).
A crendice diz que no dia 29 de junho todo homem que tiver Pedro ligado ao seu nome e os viúvos(as) devem acender fogueiras nas portas de suas casas.
A Igreja Católica considera Pedro como o primeiro bispo de Roma e, por isso, o primeiro papa. Segundo o relato dos Evangelhos, Jesus Cristo lhe deu o nome de ‘Pedro, a Rocha’. “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 16). E Pedro foi mesmo a pedra fundamental da Igreja Católica Romana. Um fato curioso é que todo papa usa em sua mão esquerda o Anel do Pescador. Um anel em ouro que traz inscrito em alto-relevo o nome do papa além da gravura de um homem lançando redes de pesca. O anel simboliza o poder supremo sobre a Igreja Católica e o desenho faz referência ao primeiro homem teve esse poder – um humilde pescador que iniciou sua vida no litoral da Galiléia.
Em respeito a Pedro, os papas que o sucederam evitaram utilizar seu nome como o “oficial” para o pontificado, conhecido como “nome papal”. Nunca houve um Papa Pedro II, sendo que os bispos de Roma eleitos se abstém de escolher este nome, como parte da tradição de somente São Pedro, príncipe dos apóstolos, nomeado pelo próprio Cristo, deve ter essa honra.
por João Paulo Schneider e Raquel Almeida
Fonte: Infonet